
quinta-feira, 31 de julho de 2008
segunda-feira, 28 de julho de 2008
O FUNERAL MÁRCIO-ANDRÉ

rangem suas dobradiças
um fumo de nuvens espirala
astros rebentam do firmamento
racha o sol sua pedra-gema
estalam as fundações da cidade de águas
um tremor de tumbas chocalha
os ossos da terra
ao verem este rei descer ao solo
ele chega a ti neste corpo
nesta carne nestes ossos
com sua cabeça de ouro
e seus músculos de cavalos-de-força
toma tu este rei em teus braços
cobre-o com o cobre do céu
este que não morre na terra
entre homens
abertas estão as duplas portas do horizonte
rangem suas dobradiças
quinta-feira, 24 de julho de 2008
A HORA ABSOLUTA TANUSSI CARDOSO
meus mortos abrem as janelas
penetram em meu quarto
e me sufocam.
Insinuantes
me beijam e sangram em mim
alegrias e pecados
acariciando, sem pudor
meus sonhos, minhas partes
e meus ossos.
Meus mortos e seus gemidos
têm rostos, sinais
e olhos que fagulham
calafrios.
Ousados
vêm no breu do sono
e dormem em minha cama
e me despem
e se debruçam sobre meu corpo
silentes e queridos
e rezam
e choram por mim
como a lua clamando
sua outra metade
como um espelho
colando os próprios vidros.
Meus mortos sem censura
meus delicados mortos
que, à noite, penteiam meus cabelos
e, solidários, preparam o meu jardim.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
TERÇAS POÉTICAS (CATAGUASES

Tarsila não pinta mais
Com verde Paris
Pinta com Verde
Cataguazes
Os Andrades
Não escrevem mais
Com terra roxa
NÃO!
Escrevem
Com tinta Verde
Cataguazes
Brecheret
Não esculpe mais
Com plastilina
Modela o Brasil
Com barro Verde
Cataguazes
Villa Lobos
Não compõe mais
Com dissonancias
De estravinsquí
NUNCA!
Ele é a mina Verde
Cataguazes
Todos nós
Somos rapazes
Muito capazes
De ir ver de
Forde Verde
Os azes
De Cataguazes
MARIOSWALD
quinta-feira, 10 de julho de 2008
CÉU DOS OLHOS
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