sábado, 31 de maio de 2008

quinta-feira, 29 de maio de 2008

ARCO-ÍRIS

O Cavalo não é olavac
O Pássaro não é orassáp
E

O Menino não é oninem
Mas o menino é um olavac
E quando vira cavalo

V
ira arassáp

terça-feira, 27 de maio de 2008

domingo, 25 de maio de 2008

LAJE

e depois de bater a laje vem esse temporal
e depois desse temporal vem os pés sobre a laje
sobre a laje os olhos a verter águas de arco-íris
e cristalino sobre a laje
as íris as membranas as retinas as imagens
os olhos de lince para o lince olhar a laje
os estragos da chuva na laje
e depois a laje pisada e vista
a laje meio a meio e virgem a laje
a laje para o cume
o cume da laje para o meu pássaro rouxinol
sim a casa para a chuva a constelação de sóis e luas e estrelas

a colheita de canários
e o plantio das palmas e plantas

sábado, 17 de maio de 2008

EIVA

e que agonia é essa meu deus agonia de perder o norte do passeio
e perder o rumo de casa e esquecer os pés amarrados nas coxas
e esquecer os dedos nos cabelos e esquecer a língua da própria boca
o olho o ouvido o faro e eu por fora e eu por dentro
e eu sem olho e eu sem ouvido e eu sem faro
colado na terra ouvindo o barulho de alguma carroça de roça
que está longe longe mesmo longíssima
carroça de roça carreando caroço de milho
eu e essa boca de animal faminto
eu e essa boca rude de fome
eu e essa boca rude de sede
apenas como o nada e apenas bebo o nada
e depois de comer o nada e depois de beber o nada
ser facho
e eiva e eiva e eiva

a eiva a eiva a eiva

eiva eiva eiva

sexta-feira, 16 de maio de 2008

MANÁS

cão raiva na boca
cão raiva nos olho
s cão raiva no nariz
cão raiva nas orelha
s cão raiva nas axila
s cão raiva no umbigo
cão raiva nas virilha
s cão raiva no pau

cães raivam no cu
fuck you fuck you fuck you

quarta-feira, 14 de maio de 2008

APÊNDICE ZUTIQUE

A Jade

midhén
zut énas endes A é inimigo rumor
zut dío indez B é nimigoi rumor
zut tría indez C é imigoin rumor
zut téssera indez CCedilha é migoini rumor
zut pénde indez D é igoinim rumor
zut éksi indez E é goinimi rumor
zut eptá indez F é oinimig rumor
zut októ indez G é hímeng rumor
zut enniá indez H é homeng rumor
Í ndexendez dékadez é amorinimigo rhumor

j11k12l13m14n15o16p17q18r19s20t21u22v23w24x25y26z27

quarta-feira, 7 de maio de 2008

sexta-feira, 2 de maio de 2008

TURVAÇÃO

o homem sórdido não é feito
de palha e milho - colchões de catre sim
são de palha capim e paina
madeira desenhada a nós

mas o homem sórdido é sorumbático
até o fundo vertiginoso da alma
não toma banho
apenas as mãos os olhos os pés
lava antes do sono

o homem sórdido espantou avoantes
dormiu no pomar e ficou silvestre
e não coloriu as íris de arco-
íris

quinta-feira, 1 de maio de 2008

CONTRAJOÃOS JOAQUIM PALMEIRA

Risca ou quase uma, duas, tr~es vacas,
Aqui no olhar, na vista, ali, cá, lá, o
Outro que vê Risca ou quase uma, duas
E as ~ vacas aladas no lotepasto apascento
O mundo anterior a esse, o mundo interior,

Mas Aqui no Curral Del Rey, é proibido
Falar Interior de Minas Gerais, como Fóssil
O Fosso do Mundo, O enfer de uma cer-
veja, meu rinc, sequer posso ao topo

acabar de escrever ão,

ao com ou sem ~ é proibido, ninguém me
proíbe de nada, ninguém me proíbe de nada.

se voc~e acha que sou poeta, sou poeta
se acha que não, ao.

Sou inspirado e creio em inspiração.

EL MISERABLE JOAQUIM PALMEIRA

A todos pudiera yo escribir los poemas
Como si escribiera Ladrillos Paredes Fuego Camas
Tejidos Los cuerpos que viven Las casas
Donde caminan los cuerpos y paran como si fueran
La mesa El campo de arrojamiento Las bocas
Que hablan Las palabras más calientes y También
Las más frías A todos yo pudiera escribir
Los poemas inviolables a extraños mundos
Aun mismo que fuera a ti La miserable Yo
Pudiera escribir los poemas La palabra casa
Que fuera más que casa piernas caminando allá
Adentro Rudas como Las piedras líquidas
Que evaporan A todos yo pudiera escribir
Los poemas y después abandonaerme


Traducción Teresinka Pereira

O MISERÁVEL

A todos eu pudesse escrever os poemas
Como se escreve Tijolos Paredes Fogo Camas
Tecidos Os corpos que vivem As casas
Onde os corpos andam e param como fossem
A mesa O campo de arremessos As bocas
Que falam As palavras mais quentes e Também
As mais frias A todos eu pudesse escrever
Os poemas invioláveis a estranhos mundos
Mesmo que fosse a você A miserável Eu
Pudesse escrever os poemas A palavra casa
Que fosse mais que casa pernas andando lá
Dentro Rudes como As pedras líquidas
Que evaporam A todos eu pudesse escrever
Os poemas e depois me abandonar